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TEREZA LANDUCCI PRIOR
RECEITA DE COCADA DE CENOURA
INGREDIENTES
3 xícaras de cenoura
3 xícaras de açúcar
3 xícara de côco ralado
1 ½ xícara de leite
MODO DE PREPARO
Descascar as cenouras, ralar com o ralador mais fino, deixando fino e comprido. Misturar todos ingredientes e levar ao fogo, mexendo até desgrudar da panela. Deixar esfriar e modelar com uma colher no formato de uma cocada.
RECEITA DE BOLACHA DE NATA
INGREDIENTES
1 xícara de chá de nata
2 colheres de açúcar
3 colheres de margarina
1 ovo
1 colher de fermento químico em pó
Farinha até dar o ponto
Goiabada cortada em cubinhos
MODO DE PREPARO
Misturar todos os ingredientes, acrescentando a farinha até dar o ponto de não mais grudar nas mãos, enrolar, rechear com goiabada, fechar, passar no açúcar e assar.
FAMÍLIA BAZZO (IVANI)
RECEITA DE BAURU
INGREDIENTES
60 gramas de fermento de pão
1 xícara de leite
3 ovos
½ colher de margarina
1 colher de banha de porco (pode substituir por margarina)
½ colher de açúcar
1 pitada de sal
½ kg de farinha de trigo
1 gema para pincelar
INGREDIENTES PARA O RECHEIO
300 gramas de presunto
300 gramas de queijo prato ou mussarela
3 tomates temperados com sal, pimenta e azeite
MODO DE PREPARO
Colocar o fermento no leite morno. Bater as claras em neve, em seguida misturar o leite com as claras e acrescentar aos pouco os outros ingredientes, o ovo, a margarina, a banha ou margarina, sal, açúcar e por último a farinha de trigo. Sovar bem a massa e deixar descansar por 20 minutos.
Em seguida dividir a massa em duas partes. Em uma forma untada, colocar a massa e rechear, colocando o presunto, queijo e tomate. Fechar com a outra parte da massa e pincelar com uma gema. Levar ao forno por 40 minutos ou até que fique dourado.
FAMÍLIA BERTOLA (MARIA REGINA)
RECEITA DE BOLO DE CHOCOLATE FOFO
INGREDIENTES
2 xícaras de açúcar
50 g de manteiga
½ xícara de chocolate em pó
1 xícara de água
2 ½ xícara de trigo
2 colheres de fermento químico em pó
INGREDIENTES DA CALDA
1 xícara de água
1 xícara de leite
½ xícara de chocolate em pó
½ colher de manteiga
MODO DE PREPARO
Bater o açúcar com a manteiga e juntar o chocolate. Misturar a água com os ovos. Peneirar o fermento com a farinha de trigo, misturar ao resto dos ingredientes aos poucos e colocar em uma forma untada de furo. Assar em forno de fogo moderado por 45 minutos. Esperar esfriar para desenformar e servir com ou sem a calda de chocolate. Para a calda, devem-se bater todos os seus ingredientes em liquidificador e levar ao fogo mexendo sempre.
RECEITA DE PAVÊ DE BANANA
INGREDIENTES
1lata de leite condensado
2 ovos ( claras e gemas separadas)
2 latas de leite ( usando a medida da lata de leite condensado como medida)
3 colheres de sopa de maisena
2 latas de creme de leite
½ xícara de chá de açúcar mascavo
1 colher de canela em pó
1 pacote de biscoito maisena (200 g)
MODO DE PREPARO
Bater no liquidificador o leite condensado, as gemas, o leite e a maisena até homogeneizar. Despejar em uma panela e levar ao fogo baixo mexendo até engrossar. Desligar e misturar com 1 lata de creme de leite. Derreter a manteiga em uma panela em fogo médio e cozinhe o açúcar mascavo por 3 minutos até dissolver. Misturar o creme de leite restante, metade da canela e reservar na geladeira. Em um refratário médio intercalar camadas de biscoito de creme branco, de banana e de creme de caramelo. Terminar com creme de caramelo. Bater as claras em neve na batedeira e adicionar o açúcar até formar um suspiro, espalhar sobre o pavê com uma colher formando picos. Polvilhar com a canela restante e levar à geladeira por duas horas antes de servir.
FAMILIA ZULATTO
Lourenço e Clara Zulatto vieram da Itália para o Brasil e compraram uma terra no Estado de São Paulo, na querida cidade de Jumirim, onde construíram sua família.
As lavouras que faziam na época eram de café, milho, arroz, feijão, amendoim, mandioca, abóbora, melancia, abacaxi, pepino, melão, entre outros. A terra era lavrada com enxadas e enxadões, pois só mais tarde apareceram as juntas de bois e de burros que ajudavam a arar a terra.
Toda manhã Lourenço ordenhava as vacas e cabras, e do leite produzido, uma parte era para seu consumo e o restante levava à cidade para venda.
Clara cuidava da casa, costurava roupas para todos os filhos e, além disso, cozinhava deliciosas receitas de família, além dos tradicionais crostolis e pães doces de caçarola, sendo todas trazidas da Itália. José Antonio Zulatto, um dos filhos, conta que tanto os crostolis como os pães doces, aprenderam a exemplo deles, come-los com vinho. Costume esse que também trouxeram da Itália.
RECEITA DE PÃO DOCE ITALIANO
INGREDIENTES
200g de uvas passas
200g de frutas cristalizadas
3 ovos inteiros
1 colher de sopa de erva doce
2 colheres de sopa de banha de porco
1 xícara de chá de açúcar
1 colher de café de sal
1 xícara de chá de óleo
60g de fermento fresco
1 litro de água morna
1 a 2 Kg de farinha de trigo
Raspas de 1 limão bem verde
1 ovo para pincelar
MODO DE PREPARO
Colocar numa vasilha, os ovos, o açúcar, o sal, a banha, o óleo e a erva doce. Bater bem e acrescentar o fermento, as uvas e as frutas. O fermento deve ser bem dissolvido para se obter um pão macio e de qualidade. Logo após esse processo, colocar a água e aos poucos a farinha. A massa não pode ficar dura. Colocar em assadeira de alumínio e deixar crescer coberto. Depois de crescer deve-se pincelar com ovo e assar por volta de uma hora em forno médio.
FAMÍLIA ZANETTI
A Família Zaneti é de origem italiana e tudo começou quando Antoní Zanetti veio de Treviso, norte da Itália por volta de 1870 e se casou com Maria Grando Zanetti. Teve os filhos Carlos Zanetti (Carlin); Vitório e Eugênio.
Carlos Zanetti se casou com Adélia Buzineli Geronymo Zanetti, e viveram no sítio onde constituíram a família com os seu quatorze filhos: Antonio, Ana, Domingos, Helena, Paulo, João, Claudio, Aparecida, Valdemar, Maria, Nelson, Acácio, José e Orlando.
Carlos e Adélia costumavam reunir aos finais de semana todos os filhos, noras, genros e netos para o almoço que consistia numa mesa farta, com arroz, macarrão, sopa, polenta, pato assado, carne e salada. Tudo era colocado na ponta da mesa. No final do ano a tradição era fazer churrasco para os filhos e família, também como havia todos os anos o costume de dar uma festa ao Divino que consistia em pouso com jantar e café da manhã. Sempre com muitas pessoas e bastante comida, costume este que segue até hoje na família de forma intercalada.
Os filhos trabalhavam no sítio e ajudavam no sustento cultivando arroz, feijão, café e o trigo, plantando além do necessário para o gasto para venda posterior. Dentro da cozinha havia um celeiro de madeira separado por partes: arroz, fubá e açúcar. Na cidade faziam as compras para o complemento do que faltava na casa no armazém do senhor Adolpho Gazabim.
Uma das receitas que não podia faltar para os filhos e visitas era o crostoli para servir com café.
CROSTOLI
INGREDIENTES
4 ovos
1 colher de sopa de óleo
1 xicara de açúcar
1 colher de fermento em pó
1 pitada de sal
1 xícara de leite
1 colher de sopa de pinga (se desejar)
Farinha de trigo até dar o ponto.
MODO DE PREPARO
Misturar os ovos, óleo e o açúcar e bater bem, depois vai colocando o restante dos ingredientes até chegar a vez de colocar a farinha até dar o ponto para abrir com o rolo de macarrão. Para moldar os crostolis cortar a massa em retângulo, fazer um corte ao meio e virar num dos lados. Se desejar que fique crocante, estique a massa e corte bem fininha. Fritar em óleo bem quente e salpicar açúcar com canela.
FAMÍLIA TIVERON
Maria Cavasin Tiveron veio para o Brasil viúva com seus cinco filhos, Pedro, Santo, Antonio, Graciosa e Ema. Foram morar em um sítio do Bairro Entre Rios, o sítio São João. Lá trabalhavam todos na lavoura. O preparo da terra era manual: aravam, gradeavam e plantavam, pois ainda não tinham o auxílio do trabalho animal. Desta terra retiravam mantimentos para o sustento e algodão e café para venda.
Pedro Tiveron casou-se com Maria Cuani no ano de 1917, e tiveram 9 filhos, sendo 2 falecidos ainda pequenos. Maria Cuani, nascida em Buenos Aires com os pais também vindos da Itália, morava em um sítio de Laranjal Paulista, antes de se casar com Pedro. Quem compartilha a história é a filha de Pedro, Assunta Amélia Tiveron Zanetti casada com Antonio Feltrin Zanetti, e a neta mais velha de Pedro, Brígida Tiveron Zanetti casada com Acácio Zanetti. Brígida conta também que na família de seu marido, era receita marcante o doce de “Sugali” de laranja, e o compara a uma polenta doce. A receita leva caldo de laranja azeda, fubá, açúcar e água sem medida exata.
No sítio a família tinha um pequeno engenho de cana-de-açúcar, onde se extraía melado e açúcar para uso próprio. Elas também se lembram bastante dos doces que eram feitos com o açúcar e o melado, como a pipoca doce com melado, o pé de moleque e o doce de mandioca. Para relembrar o passado, Brígida conta que até hoje ela compra o melado para colocar na pipoca.
A família fazia polenta todas as tardes em grande quantidade para que no outro dia pela manhã pudesse ser “brustulada”( grelhada )para comer com leite ou lingüiça.
Contam também que como não tinham meios de entretenimento, os vizinhos, parentes e amigos se reuniam e se visitavam todas as tardes, sentando nas varandas ou na frente das casas onde conversavam horas a fio.
RECEITA DE PÉ DE MOLEQUE
INGREDIENTES
1 kg de amendoim
Melado (+/- 1 ½ Litros)
MODO DE PREPARO
Leva o amendoim e quanto baste de melado ao fogo e mexe até desgrudar do fundo da panela. Espalha numa pedra até esfriar para cortar em pedaços.
RECEITA DE PAÇOQUINHA
INGREDIENTES
½ kg de amendoim torrado e moído
1 prato de açúcar
2 gemas
Um pouco de leite
MODO DE PREPARO
Faz-se a calda com o açúcar e o leite, acrescenta-se o amendoim e o ovo. Leva-se ao fogo e logo que houver liga dos ingredientes, retira-se do fogo e despeja no mármore.
FAMILIA THOMÉ
O primeiro sobrenome Thomé entrou no Brasil em torno de 1850 e como não tinham residência definitiva voltaram para a Itália, mas logo retornam definitivamente ao Brasil. A família Thomé foi se formando aos poucos e com a união de Pietro Thomé e Angela Pastra que tiveram o filho Agostinho Thomé. Este se casou com Tereza Amadio filha de Sebastiano Amadio e Catharina Bolzan.
Agostinho Thomé e Tereza Amadio tiveram sete filhos: Catharina (Catina), Primo Thomé, Pedro Thomé, Guerino Thomé, Luis Thomé, João Thomé e Antonio Thomé.
A primeira filha Catharina (Catina) se casou com Mário Pazoto e dessa união nasceram sete filhos: Orlando, Jonas, Pedro (Pierin), João (Joanin), Alfredo, Euclides e Luiza.
Primo Thomé e Regina Piccinato Formigoni também formou sua família com o nascimento dos filhos: Zaide, Orlando, Antonio, José, Hermelinda, Thereza e Alcídio. Pedro Thomé (Pierin) e Brasilina Quatrocci tiveram onze filhos: Iolanda, João Humberto, Marina, Dirceu, Mafalda, Nivaldo, Agostinho, Odair José, Valdemar, Rodiney e Marilei. Da união de Guerino Thomé e Joana Belucci nasceram cinco filhos: Nelson, Lídia, Moacir, Izídio e Aparecida. Luis Thomé (Gigeto) e Rosa Parducci formaram sua família: Darciso, Valdívia, Rafael e Tarcila. João Thomé (joanin) se casou com Rosa Brizotti dos quais nasceram: Orsini, Edvar (Vale) e Arnaldo (Nadinho) e por fim Antonio Thomé (Margim) se casou com Eliza Brizotti e tiveram quatro filhos: Honorina, Zauri, Neuza e Vera.
Aos poucos a família trabalhando, foi guardando suas economias, e compraram então um sítio que tem hoje o nome “Irmãos Thomé” e para o sustento da família cultivavam o café que era levado até a máquina de beneficiamento na cidade, onde hoje funciona a Prefeitura. Uma parte do café era destinado para consumo e outra era vendida para depois pagar o armazém de Adolpho Gazabim e o Armazém Casari onde compravam outros mantimentos para seu sustento. Também colhiam arroz, feijão e milho para o próprio consumo. Já o algodão era plantado em outras terras. Além da plantação eles criavam galinhas, cabras e algumas cabeças de gado. O único veículo da família Thomé era um “Pé de Bode” muito conhecido na época.
Um prato que nunca faltava era o tradicional “Tortei Doce” conhecido também como Crostoli Doce.
RECEITA DE TORTEI DOCE
INGREDIENTES
2 ovos
½ xícara de óleo
Açúcar à gosto
Farinha de trigo (1 kg ou ½ kg)
Feijão cozido
MODO DE PREPARO
Amassar todos os ingredientes com leite até que a passa possa estar em condições de puxar (grossa). Sovar muito bem e não deixar grudar nas mãos.
RECHEIO:
Cozinhe o feijão e adoce a gosto. Abrir a massa em forma de pastel, rechear com o feijão doce amassado e fritar em óleo bem quente. Se quiser colocar na massa um pouco de anisete ou licor de cacau também dará um sabor especial.
FAMILIA SILVESTRIN
A família Silvestrin é de origem italiana, vinda da região de Veneto, Itália, mais precisamente da cidade de Saccolongo, Província de Padova. Luigi Silvestrin veio para Jumirim em 1890, e casou-se em 09 de junho de 1894 em Tietê com Maria Sandre natural da cidade de Vazzola, Província de Treviso, também da região de Veneto, ao norte da Itália. Ambos desembarcaram no Brasil em 1892 e quando chegaram a Jumirim compraram a primeira propriedade no Bairro Entre Rios, onde com o passar do tempo com muita luta e trabalho, foram adquirindo mais propriedades. Local este onde ainda moram seus descendentes.
A atividade da família na época era a lavoura, pois ambos eram agricultores e lá plantavam café, milho, algodão, arroz, cana de açúcar e uva, mas principalmente o café. Tudo o que consumiam vinha da lavoura e horta. O fubá, os queijos, as linguiças e os doces eram feitos em casa, assim como o vinho que acompanhava as refeições aos domingos, que era quando a família se reunia e comiam a polenta na tábua. A carne que consumiam de boi, porco e frango vinha de suas produções. O casal teve nove filhos sendo eles: Maria Assunpta Silvestrin casada com José (Gigio) Bertola , Giacomo Silvestrin (Jáco) casado com Graciosa Tiveron, Antonio Santo Silvestrin (Toni) casado com Emma Tiveron, Josephina Silvestrin (Pina) casada com Santo Tiveron, Francisco Silvestrin (Chico) casado com Giovanna Paludetto, José Silvestrin (Bépe) casado com Leonora Benetton, Pedro Silvestrin (Pierin) casado com Angela Bertola, Augusto Silvestrin (Gusto) casado com Adelina Simon e Virginia Silvestrin (Gina) casada com Pedro Tonon.
RECEITA DE POLENTA NA TÁBUA
INGREDIENTES
3 xícaras de fubá pré cozido
6 xícaras de água
2 cubos de caldo de legumes
3 tomates sem pele e sem sementes picados
1 xícara de molho de tomate pronto
500 g de pernil magro moído
100 g de calabresas picadas
½ xícara de azeitonas pretas picadas
Cebola ralada
Pasta de alho
Cheiro verde
Azeite
Pimenta
MODO DE PREPARO DA POLENTA
Colocar em uma caçarola 6 xícaras de água e os caldos de legumes e deixar ferver.Dissolver o fubá em 2 xícaras de água fria, juntar aos poucos a água quente mexendo sempre.Continuar mexendo e misturando até ficar com a consistência desejada. Reserve.
MODO DE PREPARO DO MOLHO
Numa panela aquecer um fio de azeite e dourar a cebola com o alho. Colocar a carne e refogar bem. Juntar as calabresas e deixar tomar cor. Misturar os tomates e o molho, colocar pimenta, os verdes e por último as azeitonas.
MONTAGEM
Derramar a polenta ainda quente em uma tábua grande, intercalar lascas de queijo e derramar o molho por cima. Salpicar o queijo ralado e servir.
FAMILIA SCHIAVI
Angelo Felice Schiavi e Stella Pasotto se casaram em 31 de dezembro de 1887 na Itália e logo vieram para o Brasil.
Chegaram aqui nos primeiros meses de 1888, acompanhados de Agapito, irmão do Angelo. Alguns meses depois, receberam a família da Stella, seu pai Pietro (Pedro), sua mãe Maria Giuliani e seus irmãos, Santo, Giuseppe (José) e Mário.
O jovem casal se fixou em Jumirim, onde nasceram seus filhos Luis (Biju), Eugenio, Mario, Ida, Edvirges, Luis Augusto, Zaida, Maria, Silvano, Pio e José (Bepe).
Esses filhos também tiveram seus filhos e hoje existem descentes do Angelo e da Stella espalhados por todo o país.
Em Jumirim ficaram os descendentes de Luis Schiavi (Bijo) e de José (Bepe).
Guerino Schiavi, filho de Bijo ajudou a fundar a biblioteca da cidade e Darci Schiavi, filho de Bepe, é político atuante da cidade, tendo sido prefeito por 8 anos.
A receita que mais marcou a família e que deixou saudades foi o bolinho de feijão, receita essa fornecida por Valentim Schiavi, que até hoje faz quando quer relembrar sua infância.
RECEITA DE BOLINHO DE FEIJÃO
INGREDIENTES
1 kg de farinha de trigo (separar 200g para sovar)
2 ovos
½ xícara de chá de óleo
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de sopa de sal
1 colher de sopa de fermento químico
MODO DE PREPARO
Misturar tudo, colocar os ovos batidos, sovar com as 200 gramas reservadas (como massa de pizza), abrir com ½ centímetro, cortar em quadrado de 7 por 5 centímetros e fritar em óleo quente. Eles estufam e fazem bolhas. Quebrar as bolhas e rechear com feijão cozido (sem caldo) frito com alho e cebola.
FAMILIA ROVAROTO
Giordano Rovarotto veio de Veneza ao Brasil, na cidade de Tatuí, no ano de 1870 com sua esposa Luiza Hungra, e alguns anos depois se mudaram para Jumirim. O casal tinha nove filhos e moravam em um sítio no Bairro das Roseiras. Um dos filhos de Giordano e Luiza, chamado Ricardo Rovarotto casou-se em 1905 com Adelina Polizel, que residia no Bairro Colônia, mas continuaram morando no sítio da família Rovarotto. Lá eles viviam da lavoura, produzindo hortaliças e mantimentos como milho, feijão, algodão e café. Milton é um dos filhos de Ricardo e Adelina. Ele morou no sítio até os oito anos de idade e com sua família mudou-se para uma casa perto da Estação de trem. Em 1954 mudou-se para Sorocaba, casou-se com Ana Malgaí Bazzo no dia 28 de maio de 1960 e voltou a residir em Jumirim em 1961. Tiveram três filhos, sendo Isabel Cristina Rovarotto Marcuz, João Ricardo Rovarotto e Adriana Maria Rovarotto Cury. A receita vinda da Itália que era constantemente feita em festas era o braço cigano e mais constantemente a bolachinha de nata.
RECEITA DE BRAÇO CIGANO
INGREDIENTES DA MASSA
2 ovos
1 xícara mal cheia de óleo
1 pitada de sal
50 gramas de fermento biológico
1 copo de leite
1 colher de sopa de margarina
800 gramas a 1 kg de farinha de trigo ou até dar o ponto
INGREDIENTES DO RECHEIO
Massa de tomate
Tomate cereja
Mortadela
Queijo
MODO DE PREPARO
Misturar tudo e sovar bem a massa, abrir, passar a massa de tomate, colocar os tomates cereja cortados em fatias, a mortadela em fatia ou ralada e o queijo em fatia ou ralado. Enrolar a massa estilo rocambole.
BOLACHINHA DE NATA COM GOIABADA
INGREDIENTES DA MASSA
1 xícara de nata
1 colher de sopa de margarina
1 ovo
2 colheres de sopa de açúcar
1 colher de fermento químico em pó
14 colheres de farinha de trigo
INGREDIENTE DO RECHEIO
Goiabada picada
MODO DE PREPARO
Fazer a massa bem amassada, modelar bolinhas, abrir, rechear, fechar e passar açúcar cristal por cima. Assar e não deixar dourar muito.
FAMÍLIA POGGI
Luiggi Poggi era casado com Otávia Boeira Poggi. Vieram da Itália e foram morar em um sítio em São Manoel. Otávia já tinha uma filha de outro casamento e junto com Luiggi teve mais 3 filhos. Mudaram-se para uma chácara em Jumirim e cultivavam diferentes lavouras para o sustento da família. Esta chácara é local onde hoje mora Armando Bazzo. Braziliano Poggi, um dos filhos de Luiggi e Otávia, casou-se com Mabili Consorte Poggi no dia 18 de setembro de 1917 e tiveram os filhos, Luiza, Maria, Ana, Gentil, Luiz, Antonio, Domingos, Otavio, João Álvaro e Aparecida. Posteriormente mudaram-se para uma casa na cidade, onde agora mora Cida e seu marido, que casaram-se em 1967 e tiveram 2 filhas.
Braziliano e sua esposa tinham uma venda em sua casa, e com o tempo com a produção de café e pequenas criações de animais como porcos e galinhas, conseguiram comprar também um sítio. Baziliano foi nomeado por três vezes subprefeito de Jumirim. Era uma pessoa bastante influente e políticamente atuante na cidade. O Posto de Saúde do município leva hoje seu nome.
Cida Poggi conta que ao se reunirem aos domingos, a receita servida tradicionalmente era o Frango em molho com arroz. Usava-se ao invés de tomate fresco, que era de difícil aquisição na época, a massa de tomate.
RECEITA DE FRANGO CAIPIRA AO MOLHO COM ARROZ
INGREDIENTES
1 Frango caipira picado e temperado
1 latinha de massa de tomate
Cebola picada
Salsinha e cebolinha picadas à gosto
3 xícaras de arroz
MODO DE PREPARO
Fritar o frango, acrescentar a cebola, salsinha e cebolinha, refogar e colocar a massa de tomate. Separar os pedaços de frango do molho, fazer um arroz branco comum e misturar o molho com o arroz.
FAMILIA PAZOTTO
Santo Pazotto casou-se com Adelina Guarsoni ainda na Itália e juntos tiveram 8 filhos. Vieram para o Brasil por volta do ano de 1890 e compraram um sítio, onde cultivavam café e videiras. Marino Pazotto, um dos filhos de Santo, casou-se com Maria Tezotto, com quem teve 6 filhos, sendo eles: Domingos Erasmo, Natalino, Luiz, Aderval, Ermenegildo e Valdiva.
Quem conta a história é Domingos Pazotto, que foi casado com Mercedez Saccon e tiveram os seguintes filhos Celso, Nilva e Marli. Domingos e seus irmãos montaram uma olaria no ano de 1964, que em 1997 passou a ser a Cerâmica Pazotto.
A família reunia-se bastante no Natal cuja mesa era farta, com leitoa e frango. Tudo era de produção própria. O doce feito sempre nas épocas natalinas era um pudim de leite feito no fogão de lenha, dentro de uma assadeira com água sobre a chapa quente. Punha-se uma tampa e por cima dela brasas para cozinhar o pudim também por cima.
RECEITA DE PUDIM DE LEITE
INGREDIENTES
1 Litro de leite
3 copos de farinha de trigo
3 copos de açúcar
½ copo de coco ralado
½ queijo ralado
2 ovos
MODO DE PREPARO
Bater tudo na mão, colocar em uma forma caramelada e levar ao forno em banho maria por aproximadamente 40 minutos.
FAMÍLIA PARDUCCI
No ano de 1890, junto com tantos outros imigrantes italianos, chegou ao Brasil, Raphael Parducci. Pouco depois, junto de outro grupo, chegou Josephina Zanetti.
Ambos se instalaram em nossa região,de Jumirim, onde se conheceram e se casaram no ano de 1893. Logo após o casamento, mudaram-se para São Manoel em busca de melhores trabalhos na lavoura de café. Da união de Raphael e Josephina nasceram os filhos: José, André, os gêmeos Primeiro (Primo) e Segundo (Condo).
No ano de 1906, após seis anos na cidade de São Manoel e com algumas economias, decidiram retornar para Jumirim onde compraram uma propriedade de 5 alqueires no Bairro Ipiranga.
Nesta propriedade produziam: arroz, café, milho, algodão e feijão, os quais além de abastecer a família, também eram vendidos em Jumirim e Tietê.
Raphael e Josephina tiveram mais seis filhos: Nello, Rosa, Antônia, Fermina, Cezar e Benvenuto.
Em 1934, ano do falecimento de Raphael Parducci, os filhos mais velhos já haviam deixado a residência dos pais para procurar trabalho. Josephina manteve-se no sítio com a família de seu filho Primo Parducci, até o falecimento do mesmo em 1966. Quando Josephina já com idade avançada mudou-se para Sorocaba com sua filha Fermina. O sítio ficou então aos cuidados do filho Benvenuto.
Já no final dos anos 70, Benvenuto não vendo mais chances em manter a propriedade resolveu vende-la para Camilo Cica, esposo de Hermelinda Parducci, que foi a primeira neta do casal Raphale e Josephina.
Hoje esse sítio pertence a família Faulim.
A receita que mais marcou e deixou lembranças na família foram os rolinhos de mamão verde.
RECEITA DE ROLINHOS DE MAMÃO VERDE
INGREDIENTES
1 mamão verde (= ou - 1,5Kg)
2 litros de água
1 kg de açúcar cristal
1/2 litro de água
Cravo e canela a gosto
MODO DE PREPARO
Lave bem o mamão retire as sementes, descasque e corte em fatias bem finas(Pode passar no cortador de batatas). Coloque uma linha bem grossa em uma agulha e vá fazendo rolinhos com as fatias do mamão.
Prenda cada rolinho com a agulha passe a linha e vá fazendo um longo colar de rolinhos . Faça vários colares até acabarem as fatias cortadas.
Coloque 2 litros de água em uma panela, e quando ferver coloque os colares de rolinhos para cozinhar.
Cozinhe até os rolinhos de mamão ficarem macios. Desligue o fogo e retire os colares.
Em outra panela coloque 1/2 litro de água , cravo, canela e 1 kg de açúcar no fogo . Deixe cozinhar até formar uma calda grossa. Retire a linha e coloque todos os rolinhos na calda fervente, deixe cozinhar até ficarem dourados e transparentes.
Desligue o fogo e deixe os rolinhos na panela tampada até esfriarem totalmente. Transfira depois para uma compoteira.
RECEITA DE CAÇAROLA ITALIANA
INGREDIENTES
6 ovos
3 xícaras (chá) de açúcar refinado.
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres(sopa) de manteiga
800 ml de Leite (4 copos de 200ml)
100 g de coco ralado
100 queijo ralado
MODO DE PREPARO
Bata tudo muito bem batido, até ficar muito bem incorporado. Façã um caramelo 1 xícara e meia de açúcar e 3/4 de xícara de água. Leve ao fogo até formar uma calda marrom claro.
Coloque a calda em uma forma de bolo redonda com canudo no meio e leve a assar em forno médio até ficar com a crosta dourada (1h e 15 minutos)
Desenforme quando estiver morno.
FAMÍLIA NOCHELLI
A avó de Tereza Nochelli Consorte, chamada Catarina Grando Nochelli era italiana de uma região próxima a Veneza e veio ao Brasil com 6 anos, onde construiu sua família. A família Nochelli mudou-se em um sítio em Cerquilho próximo a Jumirim, onde havia produção de café. Moravam em uma grande casa com mais ou menos 50 pessoas. Depois de um tempo, Tereza mudou-se com sua família para o bairro Luiz Benta em Jumirim, conhecido como Jumirim Velho.
Quando os parentes se reuniam, suas tias, pais e cunhados faziam o torteli, uma receita italiana que seus bisavós trouxeram. Era comum fazer essa receita principalmente na época do carnaval. Todos vestiam fantasias, festejavam e comiam o doce.
Outra receita comum da família era o macarrão caseiro, prato que reúne sua família até hoje. Sua avó o fazia um dia antes de comer para que secasse a massa, mas Tereza faz no mesmo dia por não ver necessidade. Catarina Grando Nochelli usava também essa massa para fazer canja de galinha, e conta que há 50 anos, a canja era sempre feita depois do nascimento dos filhos, para que as mães comessem na “dieta”. Quando se nascia menina essa dieta era de 40 dias e quando menino a “dieta” era de 42 dias, e, além disso, nesse período não podia se lavar a cabeça. As visitas costumavam levar uma galinha como presente para a canja do dia seguinte.
RECEITA DE TORTELI DE FEIJÃO
INGREDIENTES DO RECHEIO
1kg de feijão cozido al dente
½ copo de pinga
Erva doce amassada à gosto
Pimenta do reino a gosto
Um pouco mais que 1 xícara de chá de açúcar
INGREDIENTE DA MASSA
1kg de farinha
¾ xícara de açúcar
1 colher de fermento químico
3 ovos
1 pitada de sal
Água ou leite aos poucos até a massa ficar boa para abrir
PREPARO DO RECHEIO
Cozinha-se o feijão, escorre-se e esmaga-se tudo, formando uma massa. No copo com a pinga, acrescenta-se a erva doce amassada, a pimenta do reino, o açúcar e uma pitada de sal. Depois disso mistura-se na massa do feijão.
PREPARO DO TORTELI
Misturar tudo e adicionar o quanto de água ou leite baste. Sovar bem e deixar descansar uma hora. Depois disso, abrir a massa, fazer pasteis recheado com o feijão e fritar.
RECEITA DE MASSA DE MACARRÃO
INGREDIENTES
1kg de farinha
6 ovos
1 pitada de sal
Água até o ponto
MODO DE PREPARO
Misturar tudo e abrir com rolo, cortar do tamanho e forma que quiser. Colocar 1 colher de óleo na água e cozinhar.
FAMILIA NICOLETTI
Por volta de 1885 de Saccolongo, Pádova, Anacleto Giusepte Nicoletti, filho de Girolando Nicoletti e Maria Canatto Nicoletti, veio ao Brasil com os irmãos para “Fazer a América”. Adquiriu logo no inicio um terreno da família do senhor Ricardo Polli. Esta compra foi condicionada a que não fossem tocados três pés de Peroba que existiam na propriedade. Esta condição constava inclusive no contrato de compra. Isto se devia ao fato de que o senhor Ricardo Polli, já preocupado com a Preservação Ambiental, viu serem dizimadas centenas de árvores de madeira de lei para confecção de dormentes para uso na construção da estrada de ferro que passava pela região. A família Nicoletti respeitou sempre esta determinação. Hoje no sítio, duas dessas árvores caíram, mas a madeira continua lá, e uma delas foi morta por um raio e ainda continua de pé.
A primeira esposa de Anacleto faleceu deixando-o com três filhos. Casou-se novamente com Eugenia Benetton, com quem teve mais onze filhos. Todos foram criados no próprio sitio, dependendo inteiramente do que se plantava lá: café, arroz, feijão, frutas e verduras e cana-de-açúcar. Havia gado, porcos, galinhas, etc. Compravam apenas sal, pois todo o resto era produzido por eles próprios, inclusive produziam açúcar e vinho. Duas vezes por ano reuniam amigos, vizinhos e parentes para em mutirão, moerem a cana e produzirem o açúcar por um moinho movido por cavalos. Depois, essa produção, era divida por todas as famílias que participavam. A família fazia muitos tipos de doces de frutas, queijos, linguiças e conservas. Um dos doces mais apreciados pela família era o Doce de Laranja Cavalo, que guardavam em potes de cerâmica ou porcelana.
RECEITA DE DOCE DE LARANJA CAVALO
Descascar uma dúzia de laranjas tirando a casca bem fina. Abrir em quatro partes e retirar toda a polpa. Lavar bem e deixar de molho em vasilha de louça por aproximadamente dez dias, trocando esta água diariamente, até sair todo o amargor da laranja. Fazer uma calda abundante de açúcar com cravo suficiente para cobrir todas as partes das laranjas. Cozinhar lentamente até ficarem macias e doces. Envasar em vidros previamente fervidos para melhor conservação.
FAMÍLIA MATTEUCCI
Filho de Pietro Matteucci e Francesca Milani, nasceu a 14/01/1867 em Capannori, Lucca, Toscana-Itália. Veio para o Brasil e desembarcou no vapor em outubro de 1888 com 21 anos de idade, no Porto de Santos e após rápida passagem pela Hospedaria dos Imigrantes no Bairro do Belenzinho em São Paulo foi para o subdistrito de Tietê em Jumirim-SP. onde fixou residência na área rural.
Casou-se a 28/01/1892 com Roza Maria Angela Ghiraldi, nascida a 22/03/1876 em Vidana, Mantova, Lombardia – Itália; e tiveram três filhos: Pedro Matteucci, João Matteucci e Francesca Matteucci.
Após enviuvar casou-se novamente a 17/04/1909 com Túlia Quatroche nascida a 30/03/1889 em Ascrea, Roma-Itália; e tiveram oito filhos: Roza Matteucci, Anunciata Matteucci, Angelo Matteucci, Luiz Antonio Matteucci, Leonardo Matteucci, Octávio Germano Matteucci, Angelina Matteucci e Arminda Maria Matteucci.
O Senhor Giovanni Robustino Matteucci, faleceu em 18/01/1950 no bairro do Pari em São Paulo-SP e foi sepultado no Cemitério do Araçá.
Desde que chegaram à Jumirim sempre viveram da Agricultura cultivando a terra e criando animais para o sustento da família.
João Matteucci casou-se com Hermínia Zulatto e tiveram 08 filhos nascidos em Jumirim/SP, depois de alguns anos venderam as terras mudaram-se para São Paulo-SP.
São os filhos: Vinicius Matteucci, Rebustino Gervasio Matteucci (Ninin), Maria Matteucci, Erdizia Matteucci,Tereza Matteucci, Henriqueta Matteucci, José Matteucci e Antonio Matteucci.
Apesar de mudarem para São Paulo, nunca perderam o amor pelo município de Jumirim, sendo que alguns tem ainda hoje propriedade em Jumirim, como a Chácara dos Matteucci que pertencem aos filhos e netos da união do Sr. Giovanni com a Sra. Tulia Quatroche.
Ninim cresceu em São Paulo e foi lá que casou-se com Euvira Gagliardi Mateucci. Tiveram 3 filhos que ainda moram em São Paulo. Enquanto morou na capital, sempre vinham para Jumirim para visitar alguns parentes. Sua vontade de voltar a residir na sua cidade natal só aumentava, compraram um terreno e construíram uma casa e voltou então para cá com sua esposa por volta de 30 a 40 anos atrás. Quando a família Mateucci se reunia, era costume tradicional fazer sobremesas, como doces de figo, bolos, cocadas, mas principalmente o doce de abobora que fazem até hoje.
RECEITA DE DOCE DE ABÓBORA
INGREDIENTES
Abóbora picada sem casca
1 copo de água fervente
Açúcar (metade do peso da abóbora)
MODO DE PREPARO
Coloque a abóbora picada em uma panela grande, junto adicione a água e deixe ferver. Acrescente o açúcar e deixe cozinhar até dar o ponto.
FAMILIA LUCCHESI
Pancrácio Lucchesi, com origem familiar de Lucca, Toscana, veio como imigrante também para fugir de guerras e pobreza da Itália. Casou-se com Herminia Capellari, de Ferrara (Emiglia Romana). Tiveram dez filhos: Erotides, João, Anselmo, Marina, Maria, José, Luiz, Vicente, Darci (Irmã Araceli) e Terezinha. Irmã Araceli vive e mora em Sorocaba num convento de freiras. Os dois filhos mais velhos morreram cedo, ficando Anselmo como o mais velho.
Anselmo casou-se com Rosita, Marina com Natale Ivo Fávero (Taino), Maria com João Catto (Ginho), José com Lurdinha, Luiz com Carmela e Terezinha com Lolo.
Pancrácio e Hermínia foram trabalhadores e fervorosos católicos. Criaram seus filhos que puderam estudar e se formar. A família gostava da leitura. Todos liam muito. Mantinha em sua casa no sítio uma biblioteca. Pancrácio leu também “As Fantásticas Obras de Júlio Verne” e foi assinante do jornal italiano “La Fanfula”.
Os seus familiares lembram muito bem de uma cena na roça onde o Nono Tato, assim conhecido, carpindo na plantação de café sob um sol muito quente, procura uma sombra e apoiando a enxada no chão, senta-se no cabo para ler o seu jornal.
Lembramos também das deliciosas macarronadas no almoço de domingo, com molho de tomate e cubos de lombo de porco ou seu frango com ervilhas. Sempre uma grande festa, deliciosos doces de laranja e uma grande variedade de frutas e os jardins floridos de rosas, dálias, mil cores, crista de galo, avencas.
Depois de Jumirim foram morar em Laranjal Paulista onde estão sepultados.
RECEITA DE FRANGO COM ERVILHAS
INGREDIENTES
1 kg de sobrecoxas de frango
250 g de ervilhas frescas
2 tomates picados
1 cebola picada
1 noz-moscada a gosto
3 dentes de alho espremidos
Suco de 1 limão
Sal e pimenta-do-reino a gosto
Óleo para fritar
MODO DE PREPARO
Temperar o frango com o alho, sal, limão, pimenta-do-reino e noz-moscada. Em uma panela refogar a cebola até ficarem translúcidas. Adicionar o frango de deixe dourar. Acrescentar o tomate picado, continuar cozinhando em fogo baixo pingando água. Adicionar as ervilhas e cozinhar até dar ponto. Servir com arroz ou polenta.
FAMÍLIA LANDUCCI
Dante Landucci e Olga Rossi Landucci eram nascidos na Toscana província de Genova, Itália.
Vieram ao Brasil entre os anos de 1885 e 1886. Trouxeram os quatro filhos, sendo dois do primeiro casamento de Dante, e outros dois com Olga.
Chegados em Santos eles ficaram num grupo que foi trabalhar na região de Tatuí e Cesário Lange em uma fazenda de café. Aqui no Brasil nasceram mais 14 filhos. Moraram por certo tempo na fazenda Estrela em Laranjal Paulista, mas depois Dante adquiriu um pequeno sítio em Jumirim, onde plantou 8 mil pés de café. Formou um pequeno pomar e também uma vinha. Ele fazia um vinho tinto muito bom, inclusive vinho branco de uva Moscatel que era destinado ao padre André Pierone, e usado para celebração das missas. Uma parte também ia ao Dr. Ibraim, que era o médico da família.
Olga fazia muitos pratos com massas, como por exemplo, pães, macarrão com porpeta e um tradicional pão doce chamado “Pinça”, que era para as comemorações das Festas Natalinas, Passagem de Ano e Páscoa.
A receita do pão “Pinça” é mais ou menos assim: Olga preparava o fermento dois dias antes de quando faria o pão. Colocava a farinha na bacia sem medida, fazia um buraco no meio e colocava seis ou mais ovos, duas colheres de manteiga bem cheia, açúcar a gosto, um copo de anizete, ou sementes de erva doce maceradas, um copo de água morna e incorporava tudo isso. Depois juntava o fermento já crescido com uma pitada de sal, misturando tudo na farinha. Tinha que ficar a massa como um bolo, que depois ela sovava bem até desprender das mãos. Assava o pão em caçarolas de ferro, pois naquela época não existiam formas. A caçarola untava com manteiga e deixava crescer em cima da mesa coberta com uma toalha e um cobertor. Depois de uma hora, pincelava o pão com gema de ovo e o colocava no forno pré-aquecido. Assava por 30 ou 40 minutos.
INGREDIENTES DO PÃO "PINÇA"
INGREDIENTES
500 gramas de farinha de trigo
3 ovos
2 colheres cheias de manteiga
2 colheres de sopa de açucara ou a gosto
1 copo de anizette ou uma colher de chá de sementes de erva doce moída
200 ml de água morna
20 gramas de fermento biológico
1 pitada de sal
1 ovo para pincelar
MODO DE PREPARO
Dissolver 20 gramas de fermento em ½ copo de água, 2 colheres de açúcar e aguardar 10 minutos. Colocar a farinha em uma bacia, fazer uma cova no meio, colocar os ovos, o restante da água, a manteiga, o anizete, uma pitada de sal e a mistura do fermento crescido. Incorporar tudo e sovar bem até desprender das mãos. Colocar em forma untada, cobrir e deixar crescer por uma hora. Pincelar com um ovo e assar por 30 ou 40 minutos.
FAMÍLIA HERNADES
Marcelino Hernandes nasceu dia quinze de maio de 1898 em Freguenera Doro, província de Salamanca, Espanha. Veio para o Brasil aos nove meses de idade. Filho de Julia Bordalo e Dimas Hernandes, tinha como irmãos Tomaz, Emilia, Isabel Antonia e Francisco (Chico).
Morou até os oito anos de idade na Fazenda Pederneiras, indo depois para a Fazenda Sabauna. Ficou até os 17 anos, quando recebeu o convite de Domício Dalbone, para trabalhar em sua oficina de ferreiro, no Bairro de Vila Nova, hoje São Pedro. La conheceu Catharina Brandolise (Catineta), nascida em 2 de maio de 1899.
Aos 21 anos Marcelino casou-se com Catharina, no dia 4 de junho de 1919. Dois anos depois mudou-se para o distrito de Jumirim hoje Município, onde montou sua própria oficina junto com seu irmão Tomaz. Trabalhou até os oitenta e cinco anos de idade. Ele era ferreiro e ela costureira.
Tiveram sete filhos, Cassilda, Dimas, Eliza (Ziza), Clarice, Waldy, Alfonso e Marlene.
Moraram na Rua Manoel Novais nº 159 até o falecimentos dos dois. Catharina faleceu em 25 de novembro de 1975, e Marcelino em 30 de janeiro de 1988. Quando faleceram tinham netos, bisnetos e tataranetos.
Neusa Aparecida Bellato é a neta mais velha, filha de Cassilda. Com prazer faz o relato e compartilha receitas da avó.
RECEITA DE BOLINHO ENCAPOTADO
INGREDIENTES
500g de carne moída
½ cebola ralada
1 ovo
1 xícara de chá de farinha de trigo
Sal e salsinha a gosto
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
MODO DE PREPARO
Misture tudo, faça bolinhos e reserve.
INGREDIENTES DA MASSINHA
1 ovo
1 xícara de chá de leite
1 xícara de chá de água
1 xícara de chá de farinha de trigo
1 colher de chá de sal
2 colheres de sopa de óleo
2 colheres de sopa de queijo ralado (opicional)
Modo de preparo:
Misture tudo, envolva a carne com a massa e frite.
RECEITA DE BANANA DE PIJAMA
INGREDIENTES
8 bananas nanica fatiadas
1 ovo
1 copo de requeijão de farinha de trigo
3 colheres de sobremesa de açúcar
1 pitada de sal
Leite até dar o ponto (a massa não pode ficar mole e nem dura)
MODO DE PREPARO
Misture os ingredientes da massinha, passe as bananas e frite. Polvilhe com açúcar e canela a gosto.
FAMÍLIA GOLDONI (JUSFIN)
Giuseppe Goldoni nasceu no dia 21 de março de 1870 na comunidade de San Felice Sul Panaro, Província de Modena, Itália.
Filho de Domenico Goldoni e Maria Malavasi casou em 09 de novembro de 1894 com Antônia Gavioli em Medola e em 25 de janeiro de 1897 embarcou no porto de Genova no Navio Maranhão rumo ao Brasil, no Porto de Santos, onde desembarcou no dia 15 de fevereiro de 1897 em companhia dos seguintes familiares: Antônia Gavioli, esposa com 25 anos; Maria Malavasi, mãe com 62 anos; Vitório Goldoni, irmão com 34 anos e Lorenzo Geriboni, sobrinho com 04 anos, filho de criação.
Na relação do livro de registro de imigrantes da hospedaria de São Paulo consta: filho Sante 1 ano, falecido no navio durante a viagem. Livro n°057, página 157, de 1897.
Como todo bom imigrante italiano, fora contratado para trabalhar como agricultor em uma fazenda de café no município de Laranjal Paulista de propriedade do fazendeiro Juventino C. de Mello.
Nessa fazenda José Goldoni e Antônia Gavioli criaram os filhos Humberto Goldoni, Santo Goldoni e Maria Goldoni.
Ali trabalhou até 1910 quando adquiriu propriedade próxima a Fazenda Dona Luiza Benta, local também conhecido como “Colônia”, tendo se mudado pra lá. Nesse local abriu um armazém de secos e molhados.
Seu comércio prosperou até que resolveu adquirir um grande lote de terreno na Vila Jurú-Mirim, hoje Jumirim, paralelo à linha tronco da Estrada de ferro Sorocabana.
Jusfim, como era carinhosamente chamado, sempre foi dinâmico e realizador com excelente espírito administrativo e sempre com bastante interesse em progredir na vida. Não satisfeito com seu pequeno negócio de secos e molhados e sempre pensando num futuro melhor para a sua família, no ano de 1916, construiu em seu terreno na Vila Jurú-mirim sua residência e um grande prédio, onde montou o moinho de fubá e beneficiamento de café e arroz.
Naquela época existia no Rio Sorocaba a Usina Elétrica San Juan, que produzia energia elétrica para a região. Ele procurou seus proprietários e em comum acordo, a usina passara a fornecer a energia que seria utilizada na máquina de beneficiamento. Para tanto ele construiu com recursos próprios, uma rede de transmissão de energia, numa extensão de aproximadamente 4 km. Essa rede que além de alimentar seus maquinários, servia também aos moradores da Vila que era desprovida de energia elétrica.
Após algum tempo, José Goldoni, adquiriu um possante motor e transformador elétrico de 40 cv de potência. Esse motor foi comprado por intermédio da firma SIEMER de São Paulo que importou o equipamento da Alemanha.
Esse motor e transformador resolveram todos os seus problemas, porque com essa nova potência e porte trocariam todas as suas maquinas por meio de transmissão.
José Goldoni instalou a rede de canalização de água para uso próprio e para os demais moradores da Vila com seus próprios recursos. Em 1928, a Prefeitura do Município de Tietê encampou esse serviço e passou a administra-lo, ficando, porém, José Goldoni e Lorenzo Giriboni como concessionários.
Mais tarde, José Goldoni doou a rede de transmissão de energia elétrica à firma San Juan Ltda, para que esse benefício fosse melhorado e estendido aos demais moradores da Vila Jurumirim, o que de fato aconteceu.
Entre as benfeitorias deixadas por José Goldoni ao município de Jumirim estão: rede de transmissão de energia elétrica, Rede de água encanada, doação de terreno para a construção da 1ª Igreja do Senhor Bom Jesus, construção do prédio da 1ª Escola de Jurumirim e doação do terreno para o Grupo Escolar “Hercules Florence”.
Ele foi comerciante na área de beneficiamento de café, milho e arroz, trabalhando e vivendo grande parte de sua vida em Jumirim. Onde se tornou muito conhecido por seu dinamismo e bondade.
Faleceu em 18 de julho de 1961, nessa cidade que ele tanto amou, aos 91 anos de idade, e foi sepultado no Cemitério Municipal de Laranjal Paulista.
No ano de 1998, os seus herdeiros vendem o prédio da máquina para a Prefeitura Municipal de Jumirim, que se emancipou do Município de Tietê em 27 de dezembro de 1995. Nessa transferência da venda, houve um acordo entre partes, no sentido da preservação da Máquina de beneficiar café no seu lugar de origem, o que vem sendo prontamente cumprido pela Prefeitura de Jumirim para a visitação pública durante o expediente da Prefeitura. Além de manter a máquina de beneficiamento a Prefeitura de Jumirim mantém a mesma em perfeito estado de conservação.
A família tinha o costume de matar um porco a cada mês, para produzir a gordura para cozinhar e a carne para mistura. Geralmente o jantar era composto de polenta com linguiça de porco ou frango, ovo e almeirão. Vinho era servido somente aos adultos. E na semana santa, fazia-se muito Tortei de feijão.
Escrito por Álvaro Goldoni (Lelo), Neto de José Goldoni.
RECEITA DE POLENTA “ONTA”
Em uma travessa grande, intercalar camadas de:
Polenta bem cozida
Frango de molho desfiado (mesma receita da família Poggi)
Finalizando com uma camada de queijo parmesão ralado
RECEITA DE CARNE DE PANELA PINGADA
Qualquer peso de coxão mole temperado de véspera com alho, cebola e sal a gosto. No outro dia colocava-se para fritar na panela até secar, depois ia pingando água quente até dar o ponto de cozimento.
RECEITA DE SOPA CONSA
Ingredientes:
1 galinha caipira
Cebola e tempero a gosto
Ingredientes para massa:
1 Kg de farinha
1 dúzia de ovos
Ingredientes para “consa”:
200g de queijo parmesão ralado
2 ovos caipira
Modo de preparo:
Para a massa deve-se misturar a farinha e os ovos, sovar bastante, abrir com um rolo e cortar no formato desejado. Cozinhar a galinha com os temperos a gosto. Após cozida, separa a galinha e coloca o macarrão para cozinhar nesse caldo. Para o preparo da “consa” deve-se misturar os dois ovos caipira com o queijo parmesão ralado e batê-los. Quando o macarrão estiver meio cozido, adiciona-se aos poucos a “consa” deixando cozinhar bem o ovo. Quando o macarrão e a “consa” estiverem no ponto, come-se junto com a galinha cozida.
FAMILIA GOLDONI (JUSFÃO)
Giuseppe Goldoni veio ao Brasil com 13 anos junto de sua irmã de 11 anos e seus pais. Um irmão mais velho ficou em Modena, Itália, cidade natal da família. Mas ao chegarem ao Porto de Santos, os pais ficaram doentes e foram obrigados se separar já na chegada. Giuseppe e a irmã, embarcados em carroções rumo ao interior do estado, foram criados no Brasil por italianos que chegaram juntos na viagem, e moraram em diversas fazendas trabalhando sempre com lavouras de café.
Numa das fazendas de café onde Giuseppe Goldoni trabalhava havia um homem com o mesmo nome e sobrenome, que chegou junto da Itália, mas não eram parentes. Então, quando o patrão chamava pelo nome de “José”, os dois e o filho do patrão que também se chamava Giuseppe se apresentavam. Assim, o dono da fazenda determinou que para não mais houvesse confusão, este deveria ser chamado de Jusfão, por ser mais forte, o outro Giuseppe Goldoni chamaria Jusfin, por ser mais magro e quando chamasse “José”, estaria se referindo a seu filho.
Casou-se com Barbara Sette, que conheceu no navio. E juntos tiveram os filhos: Antonio, Pedro, Benedito, Luiza, Linda, Maria, Tereza e Rosa. Bárbara Sette faleceu nova no seu último parto. Um tempo depois Giuseppe casou-se com Giuseppina Paccioli, com quem teve as filhas Carmem e Barberina.
Comprou um sítio de Ricardo Polli e foi trabalhando, pagando aos poucos e aumentando as terras. No local se plantava café, milho, arroz, etc. como agricultura de subsistência. Com o tempo construíram uma máquina de beneficiamento de grãos que mais o confundia com o seu amigo Jusfin, havendo inclusive confusão na correspondência. Só mais tarde quando construiu o Alambique Sorocaba, que era na época, a maior fonte de renda da cidade, é que a distinção foi mais fácil. Assim mesmo passou a assinar desde a época da fazenda, o nome Goldoni Jusfão para haver diferenciação entre as famílias.
A família Jusfão fazia muitas massas, como macarrão com massa de tomate, nhoque de batata com miúdos de frango e leitoa assada. Os principais doces eram compotas de pera e pêssego de diversas qualidades, pois tinham pomares. Mas o diferencial era o bolo de laranja com calda de vinho, que permanece até hoje na família como tradição.
RECEITA DE BOLO DE LARANJA COM CALDA DE VINHO
INGREDIENTES PARA PÃO DE LÓ
4 ovos
2 copos de farinha de trigo
2 copos de açúcar
1 copo de leite quente
1 colher de sopa de fermento
INGREDIENTES PARA MANJAR DE LARANJA
12 laranjas
Açúcar a gosto
Para cada copo de suco 1 colher rasa de sopa de maisena
INGREDIENTES DA CALDA DE VINHO
Vinho tinto
Açúcar
Canela
Cravo
MODO DE PREPARO DO PÃO DE LÓ
Bater as claras em neve e acrescentar o açúcar. Depois, acrescentar as gemas e misturar tudo muito bem. Colocar a farinha de trigo e, em seguida, o fermento. Por último, acrescentar o leite quente. Colocar em uma forma untada e enfarinhada. Assar ao forno (180° C) por 30 a 40 minutos, aproximadamente.
MODO DE PREPARO DO MANJAR
Levar a mistura dos ingredientes ao fogo até engrossar. O manjar deve ficar com consistência mole.
MODO DE PREPARO DA CALDA
Ferver o vinho com canela, cravo e um pouco de açúcar até ficar com uma textura um pouco firme.
MODO DE PREPARO
Depois de assado, cortar o bolo em camadas e intercalar com as camadas de manjar. Por cima, despejar a calda de vinho.
FAMILIA GIOVAVENETI
Augusto Giovaneti chegou em Jumirim no ano de 1898 e ao conseguir um emprego fazendo “dormentes” de madeira para trilhos de trem, voltou à Itália buscar sua namorada Mariuccia Matteucci. E assim que chegaram, casaram-se. O casal teve os filhos, Giulio, Nicolau, Carlos, Alberto, Irene e Julieta. Augusto era um dos poucos que sabiam ler, então seus amigos o procuravam-no para ler jornal em voz alta.
Com o esforço do trabalho, montaram um açougue, através dele construíram e mantinham casas de aluguel. Mas depois venderam os bens para comprar um sítio no Bairro das Paineiras. Lá plantavam café e videira. Com as uvas, Augusto fazia vinhos e vinagre, receita que passou de geração para geração, e hoje é mantida pelo seu bisneto “Vadão” Giovaneti. Outra receita que Mariuccia sempre fazia e que também passou de geração para geração é o pudim de caçarola.
RECEITA DE PUDIM DE CAÇAROLA ITALIANA
INGREDIENTES
4 ovos
21 colheres de sopa de açúcar
11 colheres de sopa de farinha de trigo
1 ½ copo de leite
1 copo de água
1 laranja espremida
MODO DE PREPARO
Bater no liquidificador os ovos, o leite e a água. Acrescentar o açúcar, a farinha e por último, o caldo da laranja. Assar em forma redonda untada com caramelo.
VINHO
100 Kg de uva
5 – 6 % de açúcar para vinho seco
12 – 13 % de açúcar para vinho suave
MODO DE PREPARO
Tirar a uva do cacho, espremer e em uma barrica, deixar 5 dias com a quantidade de açúcar desejada. Depois de 5 dias, trasvasar e deixar mais 60 dias. Depois disso, já pode consumir e engarrafar.
VINAGRE
40 Litros
10 Kg de açúcar
20 Kg de folha de videira
MODO DE PREPARO
Misturar tudo e deixar em uma barrica durante 40 dias. Mexer todos os dias. Coar a água e utilizar.
FAMÍLIA FÁVERO
Dia 23 de abril de 1895 foi quando Francesco Fávero (Chico Russo) pisou pela primeira vez em solo brasileiro, acompanhado por seus pais Francesco Antonio Fávero e Maria Mazzucato. Chico Russo deixou para trás a cidade de Montebelluna (sua terra natal), e a maioria de seus familiares. Rasgando o Oceano Atlântico, a bordo do Vapor Alacritá saíram do Porto de Gênova e chegaram ao Porto de Santos.
Corriam pela Itália notícias que abaixo da linha do Equador, existia um país que precisava de trabalhadores, que na verdade viriam substituir a mão de obra escrava na cafeicultura. Sabendo das dificuldades existentes na Itália e encantados com as notícias de muita fartura nas terras brasileiras, não hesitaram e como a maioria dos imigrantes que aqui chegaram, abraçaram de corpo e alma sua nova Pátria.
A princípio, foram trabalhar na Fazenda Estrela na cidade de Laranjal Paulista, e, com o trabalho, foi possível a aquisição de terras no ainda distrito de Jumirim.
Unindo-se pelo matrimônio com Santa Cinto, Chico Russo viu crescer seu legado, seus 11 filhos.
Hoje Chico Russo, Santa e boa parte de seus filhos também não estão mais entre nós: Antonio, Domingos, Hermínia, Octávio, Maria Adelina, Natale, Lídia, Leonor e Roque, mas vivos na memória de seus descendentes. Vivem Aparecida, Maria Albina e Anéris.
Cento e onze anos se passaram e a família Fávero cresceu e muito. Vivendo atualmente nas cidades de Tietê, Cerquilho, Laranjal Paulista, São Paulo, São Caetano do Sul e a grande maioria em Jumirim.
Podemos dizer que de alguns anos para cá, muitas mescolas deixaram de ser utilizadas, muitas adegas não mais fabricam o vinho.
Também temos conhecimento de todas as dificuldades passadas. E felizes com a herança deixada seja pela memória das imensas festas de Natal, Ano Novo e Carnaval, a mesa farta das boas macarronadas que a Nona Santa preparava; o cabrito, leitão, frangos, assados no forno retangular, no modelo italiano, o licor de anisete que o Nono preparava, os cestos cheios de crostoles. Além das finas iguarias cotidianas como o museti, o figadei, as linguiças, a polenta bendita feita na hora ou assada na gradela.
A família sempre grande e festeira. Não esquecemos também a solidariedade que havia entre as famílias de tios, primos e vizinhos, nos mutirões da colheita do café, de algodão, com os homens no serviço duro e as mulheres na cozinha preparando a comida. Tempos difíceis, mas de gente corajosa para ajudar a construir um Estado, uma Nação, com o mesmo amor que dedicavam à Itália.
RECEITA DE FIGADEI
INGREDIENTES
5 kg de fígado
1,7 kg de toucinho
3,3 kg de carne suína
Sal, alho, pimenta preta moída a gosto
MODO DE PREPARO
Misturar os ingredientes e condimentos. Embutir em tripa de bovino ou suíno. Manter sob-refrigeração e fritar.
LICOR DE ANIS
INGREDIENTES
1 ½ x de água
2 x de açúcar
8 estrelas de anis
750 ml de álcool de cereais ou pinga
MODO DE PREPARO
Misturar tudo, deixar descansar por 15 dias em local escuro e coar.
FAMÍLIA FAULIM
João Faulim, italiano, e sua família vieram morar em Jumirim no Bairro das Roseiras, em um pequeno sítio onde produziam todos seus mantimentos, oriundos de diferentes tipos de lavoura. João Faulim, em seu primeiro casamento teve duas filhas e um filho, e no segundo com Iaia Poggi, teve mais quatro filhos.
José Faulim, filho do primeiro casamento de João, casou-se com Tereza Módolo e moraram por oito anos juntos com o restante da família no Bairro das Roseiras. Depois disso, o casal se mudou para um sítio no Bairro Água de Pedra. Juntos tiveram 12 filhos e uma filha falecida ainda recém-nascida. Eram chamados Luiza, Aparecida, Natale, Domingos, Santo, Luiz, Orlando, Otávio, João, Humberto, Valdemar e Sebastião.
Quem narra as recordações da família é Regina Brandolize Faulim, viúva de Orlando Módolo Faulim. Recorda que sua sogra, Tereza, contava que a primeira mulher de João fazia arroz e feijão nos almoços, mas não havia mistura, então para cada um era dado duas conchas de arroz e uma concha de feijão temperado com cravo. Toda a família ajudava na lavoura, e até as mulheres, mesmo quando grávidas, trabalhavam na roça de café.
Havia um fogão à lenha que era chamado de “fornel”, feito de tijolos, em cujo buraco era possível se encaixar panelas bem grandes. Punham a lenha embaixo da panela, tapavam a caçarola e em cima da tampa colocavam as brasas. Depois de fazer a polenta no “fornel”, Tereza a despejava em uma tábua conhecida com “fondal” e a cortava com barbante. Todos os dias fazia a polenta que era comida frita ou com leite, e podia também ser misturada com queijo, frango, arroz, feijão, legumes e verduras da horta e da roça, como abobrinha porunga, chuchu, vagem, etc., tudo colhido no próprio sítio. Toda noite, Tereza colocava o fubá de molho e pela manhã, o utilizava para preparar seu bolo de fubá no “fornel”. Colocava ovos, açúcar, sal e leite.
Orlando Faulim casou-se com Regina Brandolize Faulim no dia 19 de novembro de 1954. Na época, nos casamentos serviam-se apenas doces. Eram diferentes variedades, como cocada, queijadinha e muitos docinhos. Moraram no Bairro das Roseiras e depois se mudaram para o Bairro Água de Pedra, junto com Otávio Faulim e sua esposa Lurdes Morandim Faulim, aonde moraram uma casa geminada. Juntos trabalharam nas lavouras da redondeza, como de milho, café e fumo para pagar sua terra. Otávio e Lurdes tiveram seis filhas e Orlando e Regina tiveram seis filhos.
Quando Orlando e Regina começaram com a Olaria, todos os dias às três horas da tarde, ela preparava bolos e pudins para levar para os funcionários. Um dos bolos era o de fubá feito no “fornel”, e apelidado de “7 Soco”, este era feito com as medidas “a olho”. Levava 5 ovos, açúcar a gosto, sal, óleo, leite e fermento. A massa deveria ficar bem mole para dar liga. Já o pudim de pão, ela o preparava com a quantidade que sobrasse, molhado no leite. Acrescentava açúcar, ovos, coco ralado ou queijo, e untava a forma com açúcar queimado. Colocava no fogão a lenha em Banho Maria, tampava e colocava brasa em cima para cozinhar. Regina conta que na época que morava com seus cunhados e usavam fogão à lenha, havia a chamada “serpentina” que era um anelado de canos que passava por dentro do fogão à lenha.
Ela esquentava água que era estocada num reservatório e que servia para tomarem banho quente e lavar a louça. Antes dessa comodidade, porém, buscavam água num tanque com balde, esquentavam-na no fogão e a colocavam no alto para o banho. Esta é uma dentre outras histórias da família.
RECEITA DE PUDIM
INGREDIENTES
1 litro de leite
12 colheres de farinha
14 colheres de açúcar
2 ovos
Queijo ralado a gosto
MODO DE PREPARO
Untar uma forma grande com açúcar, Misturar todos os ingredientes, despejar na forma e assar em Banho Maria.
RECEITA DE MANJAR DE COCO OU DE LARANJA
INGREDIENTES
1 copo de suco de laranja ou leite
1 colher de amido de milho
Açúcar a gosto
MODO DE PREPARO
Levar ao fogo em uma panela mexendo sempre até engrossar. Colocar em uma forma ou travessa e deixar esfriar.
FAMÍLIA CINTO
Natale Cinto e Benvenuta Fiorin nasceram na Itália na cidade de Concordia Sagittaria, próxima a uma cidade chamada Cinto Maggioria. Vieram morar no Brasil no século XIX e trouxeram os seus dois filhos, Catarina e Domingos. Ao chegarem ao nosso país, moraram em Rio das Pedras e depois mudaram-se para a Fazenda Estrela no município de Laranjal Paulista para trabalhar na lavoura de café do local. Trabalharam aproximadamente 22 anos e meio e guardaram 5 mil reis. Tiveram mais filhos, Vitório era casado com Santina Cavasin, Catarina com Angelo Beneton, Santa com Francisco Fávero, Pedro casado com Helena Dordetti, Lucia com Julio Giovanette e Otávio solteiro.
Saindo da Fazenda Estrela compraram o sítio São Pedro e São Domingos no Distrito de Jumirim, 2 km distante da cidade.
Pedro mais tarde veio morar em Jumirim, onde comprou uma casa e adquiriu um pequeno armazém. Num tempo em que se respeitava¨ um fio de bigode¨ era costume vender as suas mercadorias fiado, e os fregueses pagavam só no final do ano.
Muito mais tarde adquiriram outro sítio o Bassoroca, no bairro Entre Rios, distante 10 km da cidade. Nesse sítio plantavam arroz e milho, e foi depois que transformaram em pastagem. Todos da família iam todos os dias trabalhar a pé, e transportavam os produtos com carroça.
A receitas típicas da família eram Torta de creme de leite e o Bolo de Fubá Cremoso.
RECEITA DE TORTA DE CREME DE LEITE
Ingredientes:
1colher de sopa de fermento químico em pó
1 xícara de chá de leite
1 colher de sobremesa de açúcar
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de margarina
1 ovo, sendo a clara em neve
Farinha de trigo até dar o ponto, sendo um pouco mais mole que a massa de pastel
Recheio:
250g de presunto
250g de queijo mussarela ou meia cura
1 lata de creme de leite
(Quantidade de presunto e queijo a gosto)
Modo de preparo:
Abra uma parte da massa, recheie e cubra com a outra parte da massa, pincele com gema de ovo e leve para assar em assadeira retangular.
RECEITA DE BOLO DE FUBÁ CREMOSO
Ingredientes:
3 xícaras de chá de açúcar
3 ovos
1 ½ xícara de fubá
2 colheres de farinha de trigo
1 colher de sopa de manteiga
1 pires de queijo fresco ou meia cura
4 xícaras de leite
1 colher de sopa de fermento químico
Modo de preparo:
Coloque todos os ingredientes numa tigela e mexa bem. Coloque para assar em forma retangular untada.
RECEITA DA FAMÍLIA CATTO (MARIA IVANI CATTO MOTTA)
REVEITA DE BOLO DE ARROZ
INGREDIENTES
3 ovos
½ copo de óleo
1 copo de açúcar
1 copo de arroz cru
1 copo de leite
1 copo de queijo ralado
50 gramas de coco ralado
1 colher de sopa de fermento em pó
MODO DE PREPARO
Deixar o arroz meia hora de molho. Bater bem os ovos, o óleo e o açúcar, depois acrescentar os outros ingredientes e bater mais um pouco. Levar ao forno.
FAMÍLIA CASTRO
Manoel de Castro e Josefina de Castro vieram para Jumirim na década de 40 aproximadamente. Ele veio para trabalhar como chefe de estação, e moravam na casa que hoje é conhecida como Estação Antiga de Jumirim. Depois construíram e mudaram para a casa onde é hoje o Banco do Brasil. Ainda na casa da Estação, Manoel de Castro montou uma loja de máquinas de costura e de escrever (Remington). Era costume entre as famílias antigas de Jumirim, se reunirem nos finais de semana, em casa dos vizinhos e amigos como as de Catharina Goldoni, Nilce Gazabin, da família Casari e outras, onde sempre eram servidos vinho ou café com Crostoli. Tudo era motivo para reuniões e feitura do Crostoli. No dia de Reis, no dia 6 de janeiro, na casa de Lourenço Zulatto, que morava no sítio que hoje pertence a Márcio Ramos, sua esposa fazia tradicionalmente o Crostoli e reunia todas as moças de Jumirim. Lá era servido com vinho. Também nas festas de Passagem de Ano era o quitute tradicional. Como o costume era visitar todas as casas para os comprimentos de Ano Novo, esta receita era conhecida por todos e servida em todas as casas, ora com café, ora com vinho.
RECEITA DE CROSTOLI
INGREDIENTES
4 ovos
10 colheres de açúcar
2 colheres de manteiga
1 copo de leite
1 colher de fermento
1 Kg de farinha
1 colher de pinga aromatizada
MODO DE PREPARO
Misturar os ingredientes, acrescentar farinha até o ponto de abrir com rolo. Cortar em tiras pequenas, modelar, fritar e passar no açúcar e canela.
FAMILIA CASARI
Anacleto e Prassedes Casari vieram da cidade de Modena, Itália, no ano de 1882. Trouxeram os filhos Anacleto, Estela, Felisberto, Egra, Guerino e Antonio. Prassedes e seu filho Antonio vieram a falecer logo após a chegada ao Brasil por motivos desconhecidos. Ficaram alojados em uma hospedaria por alguns dias e depois foram destinados a trabalhar na fazenda do senhor Augusto Sinssinato, em Laranja Paulista, ocupando lugar de escravos. Depois de um tempo, com muito trabalho, conquistaram uma pequena propriedade rural no bairro da Colônia onde vieram a morar.
Seu filho mais velho, Armando Casari, casado com Lúcia Lovatto, montou a primeira venda de secos e molhados na pequena Vila de Jumirim.
A família cresceu com o passar do tempo e tudo era motivo de comemorações e de reuniões para comer, beber e prosear. Aliás, tudo o que se comia e bebia, era feito com muito amor carinho pelas mãos das “Nostras Nonas” as matriarcas italianas de Jumirim, que cultivavam e criavam no quintal das casas e nas propriedades rurais.
Fazia-se doces em compotas como pêssego, figo, pera, laranja e goiaba, um vinho delicioso, carnes de todos os tipos e embutidos, pães, bolos e o famoso “Crostoli”.
A maior dessas reuniões era o Natal onde a família toda se juntava (e eram muitos...) e entre tantos pratos como a macarronada com bracciola, leitoa assada, frango recheado, arroz temperado e diversas saladas, a mesa de doces era a mais esperada na ocasião, e entre tantas compotas, bolos e pudins, o maior destaque era o manjar de coco servido com a cocadinha. Maravilhoso! Mas nada superava o delicioso café das tardes de domingo, onde eram servidos pães caseiros, bolo de fubá, broa de moranga, Crostoli, nhoquin, sempre acompanhados de queijo fresco, manteiga, leite e o tradicional cafezinho torrado e moído em casa. O costume se mantém até hoje na família Casari como tradição e junta-se ao saudosismo de quem viveu essa experiência única e marcante em sua família. “Partilha, amor e doação.”
Cláudia Casari Fávero deixa como recordação duas receitas especiais.
RECEITA DE MANJAR DE COCO
INGREDIENTES
1 coco
5 colheres de amido de milho
10 colheres de açúcar
5 ½ copos da água da fervura do coco
MODO DE PREPARO
Ralar o coco e ferver na água. Depois de fervido, coloca em um guardanapo de pano para coar, espremendo bem para tirar todo o leite do coco. Utiliza 5 copos dessa água da fervura do coco, acrescenta 5 colheres de amido de milho e o açúcar, leva ao fogo, mexendo até endurecer. Coloca em uma forma com buraco no meio e leva à geladeira. Depois de frio, desenforma.
RECEITA DE COCADA
INGREDIENTES
Coco ralado (sobra do coco do manjar)
10 colheres de açúcar
1 gema
1 xícara de café de leite
MODO DE PREPARO
Com o coco ralado e cozido que restou do preparo do manjar, acrescenta em uma panela o açúcar, a gema e adiciona um pouco de leite. Leva ao fogo a mistura até que desgrude da panela.
A cocada era servida junto, colocada no meio do manjar e se pegava com colher.
FAMILIA BRIZOTTI
Os avós Angela Bazzo e João Brizotti chegaram ao Brasil para trabalhar com café em Jumirim, no ano de 1870. Conheceram-se no navio, ela com 12 anos e ele com aproximadamente 16 anos. Casaram-se cedo, formando então a família Bazzo Brizotti, mas passaram a usar somente o sobrenome Brizotti. Eles tiveram os seguintes filhos: Benjamin, Guerino, Eugenio, Ema e Benvenuto. Guerino Brizotti teve 6 filhos, João Clodoaldo, Alaíde, Nelson, Agnelo, Palmira e Maria Helena que conhece a tradição, narra a história e compartilha a receita. Conta que os avós só falavam italiano e as crianças entendiam muito pouco, mas que ela deixou como receita tradicional da família o Bolo de Natal. Após o almoço de Natal, a tarde, colocava-se uma mesa onde entre outras guloseimas o bolo era o expoente. É um bolo firme do tipo inglês, e precisa ser deixado para a família como recordação de suas tradições. No dia de Reis, fazia-se uma fogueira e era chamada a noite do “Pane e Vino”. Todos brincavam em volta da fogueira. Angela fazia pães deliciosos assados em um forno de barro e costumavam comê-lo mergulhando-o no vinho produzido no próprio sítio, das parreiras de João Brizotti. Dançavam e festejavam noite adentro. É costume da família fazer o mesmo tipo de festa para recordar o aniversário da nona Angela Brizotti, que é dia 29 de junho. Até hoje acendem a fogueira e repetem tudo novamente... pão, vinho, bolo e outras delícias.
RECEITA DE BOLO DE FRUTAS CRISTALIZADAS DE NATAL
INGREDIENTES
4 ovos
2 xícaras de açúcar
150 gramas de margarina
1 lata de creme de leite com soro
3 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de fermento em pó
200 gramas de uvas passas sem caroço
200 gramas de frutas cristalizadas picadas (deixar de molho no vinho branco doce por mais ou menos 30 minutos)
MODO DE PREPARO
Bater a margarina com o açúcar, misturar os ovos inteiros e bater bem até fica branco. Colocar a farinha e o creme de leite, juntar as frutas e por último o fermento em pó. Assar por mais ou menos 40 minutos em uma assadeira grande redonda (nº 30).
FAMILIA BENETTON
A família Benetto era da França e se mudou para Treviso, Itália, fugindo da guerra com a Alemanha. Por volta do ano de 1880, Gigio (Luiz) e Jácomo vieram ao Brasil. Seu outro irmão chamado Santo Benetto ficou em Treviso e se tornou Ministro da Guerra na Itália.
Ao chegarem ao Brasil foram trabalhar na Fazenda Estrela em Laranjal Paulista. Depois com o esforço do seu trabalho, Gigio comprou um sítio no Bairro Paineiras e montou o 1° Alambique da Vila de Jumirim.
Antonina era romena, e Gigio casou-se com ela ainda em Treviso e lá tiveram 6 de seus filhos. Quando vieram para cá, tiveram mais 3 filhos. Por erro de registro, os descendentes que aqui nasceram, passaram a levar o nome de Benetton.
Santo, um dos filhos de Gigio casou-se com Laura Bordignon e tiveram 8 filhos. Um desses filhos chamado Agenor Benetton casou-se com Orlanda Angelini, com quem teve 7 filhos. Aos 16 anos de idade, Agenor comprou o sítio Bom Jesus, onde cultivavam videiras e diferentes tipos de lavoura. Este sítio era ponto de tropeiros. Acomodavam por volta de 600 cabeças de gado e 20 peões. Os peões condutores traziam seus alimentos em “cangaia”, como carne seca, grãos, linguiças, etc. Lá preparavam os pratos típicos, como o arroz e feijão tropeiro e ficavam por volta de 2 a 3 dias.
Todos os dias na janta (ceia) servia-se polenta, e no almoço, carne de porco, “polastro” (frango), ovo e carne de carneiro. Como café da manhã, comiam polenta “brustulada” com leite de cabra.
Duas das comidas típicas da família eram o requeijão e a linguiça mista, cujas receitas seguem:
RECEITA DA LINGÜIÇA MISTA
Limpar e desossar a carne de um bezerro de mais ou menos 6 arrobas e passar em maquina de moer com chapa 6. Limpar e desossar a carne de um porco de mais ou menos 6 arrobas, passando na máquina de moer na chapa 8. Misturar as duas muito bem, adicionando dois dentes de alho moído para cada Kg de carne, 18 gramas de sal por Kg de carne no inverno e 20 gramas de sal por Kg no verão. Pimenta do reino moída a gosto. Embutir em tripas limpas e desodorizadas.
RECEITA DE REQUEIJÃO
Deixar coalhar naturalmente 5 litros de leite fresco. No outro dia, aquecer até aproximadamente 80 graus e quando separar o soro da massa, adicionar mais 5 litros do leite fresco do dia (para lavar esta massa). Aquecer junto, misturar bem e escorrer. Derreter esta massa com o uso ou não de manteiga, ou o próprio creme de leite deste leite e batendo bem, salgar a gosto. Pode ficar em ponto de corte ou mais cremoso, neste caso, bater até o ponto desejado adicionando porções de leite previamente fervido, até dar o ponto desejado.
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